
Avril Lavigne participou de um podcast do Consequence of Sound e conversou sobre seu trabalho:
“Gosto de escrever as minhas próprias canções. No caso do Head Above Water, boa parte delas são até mais profundas, narrando o que passei naquela época. Sou eu tentando sobreviver a tudo aquilo, mesmo sem saber se conseguiria trabalhar novamente algum dia. Essa é a beleza de se compor. Minha intenção era falar de diferentes assuntos no disco, não só da doença. Me expressei de uma forma mais crua, de um jeito que ainda não tinha feito. Tento ser sincera com a minha música”.
O jornalista Kyle Meredith elogiou a direção que a artista seguiu em Tell Me It’s Over, e disse que experimentações como a dessa faixa é algo que, como ouvinte, ele espera encontrar no som dela no futuro. “Eu queria fazer uma canção que seguisse esse lado meio jazz, cantando para caralho e lembrando as minhas raízes quando me apresentava na igreja e em outros eventos, lá no Canadá. Estava com essa vontade de me divertir criando algo assim. E sim, definitivamente, irei continuar a fazer mais coisas desse tipo. Com certeza!”.
O apresentador disse que notou que embora fosse o óbvio, Head Above Water não é um álbum completamente triste. “Eu sou alguém que gosta de entregar uma mensagem para os fãs, que fale da importância de nos mantermos fortes. Quero dar algo que os inspire, para que se sintam bem. Penso que assim, consigo olhar nos olhos do problema e seguir em frente”.
O sexto álbum de Avril Lavigne demorou para ficar pronto também pela demora em encontrar um tipo de produtor, que concordasse em seguir a visão que ela tinha para o projeto, com a liberdade criativa que encontrou na BMG. A gravadora firmou uma parceria com o selo que leva o nome da cantora.
Um disco totalmente produzido por ela está em seus planos, mas não é uma coisa que acha tão fácil assim:
“Sim, isso pode muito bem acontecer, mas é meio difícil para mim, pois além de manter o foco na composição, preciso arranjar tempo para me concentrar, para colocar minha alma na performance dentro da cabine do estúdio. Literalmente, eu só fiz I Fell in Love with the Devil praticamente sozinha, porque não consegui encontrar um produtor para essa música, um que estivesse disposto a fazer do meu jeito. É muito difícil que eles queiram participar sem reescrever, pois querem ter os créditos na letra. Sou muito feliz em ser uma compositora aberta, entrei em contato com diversos profissionais, foi muito irritante. Mas ao mesmo tempo, se não for para ser assim, fico tipo: “Não estou nem aí”!
Acho importante que sempre seja um processo criativo justo. Mas acabou sendo muito legal, eu fiz na minha casa. Não me importo em produzir, mas é algo que exige bastante. Se eu sentir que posso conseguir, vou fazer. Eu co-produzi a nova versão de Warrior. Essa é uma canção que eu já havia feito sozinha no disco. Mas amo colaborar, isso me inspira a tornar a música melhor. Às vezes, começo no piano, no violão, sozinha… Daí depois posso ou não convidar alguém para me ajudar, depende da situação”.
Ao site American Songwriter, detalhou: “Muitas das ideias das minhas letras surgem de mim. Se alguém participa, é tipicamente no final do processo. Se estou colaborando com certos compositores, podemos também criar algo do zero. Com a Lauren Christy, por exemplo, enquanto ela está no piano, eu dou as ideias e vamos pensando juntas”.
Avril explica que no passado, costumava compor com outros guitarristas em uma sala, mas isso mudou ao longo dos anos: “Normalmente, muitas das músicas que faço sou eu sozinha no piano. Tenho um muito especial na sala da minha casa, que já me proporcionou muitas ideias. Penso no conceito, vou anotando tudo e sigo cantando acapella no meu telefone”, esclareceu.
“A maldição da criatividade é que ela vem no seu próprio tempo. Eu escrevi o refrão de I Fell in Love with the Devil ao piano, daí depois fui me deitar na minha cama no meu quarto. Não consegui dormir. Deu três da manhã e tive que ir ao meu estúdio, pois os versos estavam aparecendo. Isso costuma acontecer sempre bem tarde da noite! Quando ninguém está por perto, quando eu deveria estar dormindo, quando o telefone está desligado, é o momento que começo a ouvir tudo na minha cabeça. Daí me levanto e pego papel e caneta (sim!)”.
Ela também falou da participação da violinista Lindsey Stirling em We Are Warriors: “Quando terminei a música, enviei para ela. Eu a acho tão talentosa! Estávamos querendo trabalhar juntas há muito tempo. Essa foi a oportunidade perfeita. Fiquei emocionada”.
Na entrevista, ela também disse que está sim trabalhando em outros projetos criativos, que podem servir de base para seu próximo álbum, mas que ainda não está pronta para discuti-los, embora até alimente a possibilidade de lançar algumas músicas, em 2021.
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